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Naturatins inicia ações de monitoramento da arraia-maçã para conservação de espécie ameaçada de extinção

Atividades integram a Estratégia Nacional para Conservação das Espécies Ameaçadas

10/09/2024 às 11h10
Por: Redação Fonte: Secom Tocantins
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Arraia-maçã é classificada como criticamente ameaçada de extinção - Foto: James Blanco Nunes/Arquivo Pessoal
Arraia-maçã é classificada como criticamente ameaçada de extinção - Foto: James Blanco Nunes/Arquivo Pessoal

O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) iniciou nessa segunda-feira, 9, no Rio Tocantins e seus afluentes, o levantamento e monitoramento da arraia-maçã, também conhecida como aramaçã, denominada cientificamente deParatrygon aiereba. Considerada criticamente ameaçada de extinção, a espécie é classificada como prioritária na elaboração doPlano de Ação para Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção do Cerrado Tocantins (PAT Cerrado Tocantins).Por essa razão,estárecebendo atenção especial de pesquisadores, que buscam localizá-la e monitorá-la. A ação integra aEstratégia Nacional para Conservação das Espécies Ameaçadas (Projeto Pró-Espécies: Todos Contra a Extinção).

Esse peixe, que já foi abundante no rio Tocantins e seus afluentes, quando ocupava ambientes de corredeiras com fundo arenoso, foi classificado como criticamente ameaçado de extinção na avaliação nacional realizada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), conforme a Portaria MMA Nº 148, de 7 de junho de 2022. No Tocantins, a espécie foi designada como focal noPAT Cerrado Tocantinse incorporada na Portaria Naturatins Nº 80, de 3 de julho de 2020.

O biólogo do Naturatins, Oscar Vitorino, explica como a metodologia das atividades será implementada. “O trabalho de monitoramento incluirá a identificação dos ambientes de ocorrência da espécie, marcação por implantes e acompanhamento por telemetria, permitindo que os pesquisadores rastreiem o deslocamento e uso do habitat da arraia-maçã no Rio Tocantins. Historicamente, a espécie foi registrada com frequência durante estudos de impacto ambiental das hidrelétricas no rio, mas as observações diminuíram após esse período”, detalha.

O professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Domingos Garrone Neto, destacou a importância da pesquisa e dos resultados esperados para oPAT Cerrado Tocantins. “Este estudo fornecerá dados detalhados sobre o uso do habitat por uma espécie de raia da famíliaPotamotrygonidae, classificada como criticamente ameaçada. A utilização das ferramentas de estudo permitirá obter informações a partir da perspectiva dos animais, uma abordagem ainda pouco explorada para elasmobrânquios de água doce na América do Sul e em outras localidades do mundo. Poucos estudos empregaram telemetria para investigar o comportamento desses animais na natureza, o que aumenta a relevância desta pesquisa. Além disso, o estudo permitirá a elaboração de estimativas da área de vida da espécie, fornecendo informações fundamentais para o desenvolvimento de estratégias de planejamento espacial e proteção de espécies comoParatrygon aiereba,especialmente em paisagens aquáticas fragmentadas”, frisa.

Pró-Espécies

OProjeto Pró-Espéciesé uma iniciativa do MMA, em parceria com suas agências vinculadas e organizações colaboradoras. Seu objetivo principal é mitigar os impactos sobre as espécies ameaçadas no Brasil, especialmente aquelas que não estão protegidas por instrumentos de conservação existentes. A meta é implementar medidas de proteção para todas as espécies ameaçadas do país até 2024, com foco especial nas 290 espécies mais críticas e abrangendo 13 estados brasileiros.

Coordenado pelo Governo Federal, por meio do MMA, oPró-Espéciesé financiado pelo GEF. A agência implementadora é o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). O WWF-Brasil, selecionado para atuar como a agência executora, é responsável pela execução técnica e financeira dos recursos do projeto.

O projeto trabalha em conjunto no Maranhão, Bahia, Pará, Amazonas, Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo para desenvolver estratégias de conservação em 24 territórios e prioriza a integração da União e Estados na implementação de políticas públicas, assim como impulsionar iniciativas para reduzir as ameaças e melhorar o estado de conservação de espécies categorizadas como Criticamente em Perigo (CR) e que não contam com nenhum instrumento de conservação.

PAT Cerrado

O PAT Cerrado Tocantins integra o Projeto Pró-Espécies: Estratégia Nacional para a Conservação do Projeto Pró-Espécies. Estabelecido pela Portaria NATURATINS 80 de 2020, o Plano abrange uma área de 3.721.203,59 hectares na região centro-sul do Tocantins e inclui 22 municípios. Este território foi classificado como prioritário para a conservação de espécies ameaçadas dentro do Projeto Pró-Espécies.

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